Rima
Genericamente, rima é toda semelhança fonológica entre as partes do discurso, é repetição fonológica. Alguns exemplos de rimas entre palavras:
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Posteriores: rima, lima, prima.
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Anteriores: copo, cópula, cópia.
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Difusas: tártaro, extrato, tratado, tântalo.
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Igualdade de métrica.
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Igualdade quanto à colocação de acentos de intensidade.
Rima clássica é aquela que se verifica na parte posterior da palavra, quando temos a mesma seqüência de fonemas a partir da vogal mais intensa.
Aliteração é a repetição difusa de fonemas e também pode ser considerada rima.
Sendo repetição, para surtir efeito a rima tem de ser percebida. Isso depende de fatores como atratividade dos termos rimados, distanciamento entre os termos rimados, freqüência das rimas e a ênfase dada a elas.
Talvez nenhum recurso de Retórica esteja tão associado ao discurso de intenção poética quanto a rima clássica, de tal modo que é quase inevitável rotular o discurso rimado como discurso de intenção poética. Aristóteles já dizia que não é assim. Pode-se fazer rima em qualquer modalidade de discurso e que não é a presença da rima que converte o discurso em poesia. Mas a associação existe, reforçada por uma longa tradição de poesia rimada e também pela estranha regra estilística da indiferenciação fonológica na prosa. Praticamente não há manual de estilística que não prescreva o expurgo da rima na prosa.
A rima tem por característica chamar atenção sobre o significante. Praticada sistematicamente, dá ao discurso uma impressão de ordem, de unidade. Praticada de forma periódica, cria expectativa no receptor, que passa a esperá-la em posições fixas do discurso.
No discurso espontâneo, a rima só ocorre esporádica e acidentalmente. Para que ocorra sistematicamente e em posições fixas, como na poesia clássica, é preciso intenção e em certos casos até virtuosismo para transparecer naturalidade.